segunda-feira, julho 23, 2007

Miguelitos em SOS

Os miguelitos em um belo dia de sol, dentro de suas casas, usando o msn, com um ventilador ao lado do computador, amaldiçoando o calor que fazia, tentam entender o que é um SOS.
Sapo Ou Sapa? Logo um pergunta. Mas é uma resposta para SOS ou é apenas uma nova pergunta?
Paralelepipedo; Domingo; Goibada; Damasco; Correto; Tomate; ...os outros se esquecem e vão num joguinho sem sentido até que alguém se sente indignado: é SOS ou SoS? E todos ficam espantados com a inteligência do grande miguelito perguntador, mas não por muito tempo pois miguelitos possuem problema de concentração, sabem que não são como aquelas polpas: concentradas...
Alguém lembra que é sábado e poderiam sair, dá para fazer muita coisa de sábado e todo mundo espera alguma coisa de um sábado a noite, sábado a noite tudo pode mudar...
E começa a festa: ...as luzes da cidade acesa, clariando a foto sobre a mesa... nossa cor marrom, marrom bombom, marrom bombom... brincadeira de criança como é bom, como é bom... a nova loira do tcham, é linda deixa ela entrar, é linda...
...miguelitos odeiam músicas assim, mas adoram ficar cantando o digitando quando não encontram nada para fazer ou alguém para pentelhar.
Alguém lembra que dá para jogar qualquer porcaria e um outro lembra que está com fome... sim, miguelitos possuem a estranha capacidade de não perceber que estão com sede ou com fome, é uma doença chamada miguelitiscovist-júnior. O "júnior" é apenas um charminho para o nome.
No fim pedem pizza, cada um em sua casa, claro. Miguelitos são muito unidos, mas desde que estejam bem distantes.
A pizza dá sono e os miguelitos vão dormir.
Amanhã é domingo e é bom acordar cedo para ficar mais tempo reclamando de não fazer nada.

sexta-feira, julho 13, 2007

Não custa tentar

Agradeço a oportunidade de fazer tudo o que não sei.
Lá está ele, tentando. Colocando o elefante no envelope e passando por deixo da porta, só porque deu na telha, claro! Depois o que vai se fazer com o elefante, não interessa. O depois é para o depois e, se der para adiar, melhor ainda!
Nada como pegar o lápis e riscar, desenhar qualquer coisa, pois só vou descobrir depois. Arte moderna, abstração... um elefante branco, claro!
Prometer o passeio no parque no final de semana, com sorvete e a pipoca. Prometer fazer compras também. Prometer pintar a casa, matar o pinga-pinga da torneira. Mas se me chamar para o bar, terei que adiar.
Nada como queimar a mão no fogo para perceber que está quente, me molhar todo e perceber que preciso abrir o guarda-chuva.
As coisas estão tão bagunçadas que nem vou mais reclamar.

domingo, julho 08, 2007

Estranho

Pessoas são estranhas. Eu sou estranho. Tudo bem, sou uma pessoa.
Mas pessoas são estranhas, precisam de tanta coisa e tão pouco ao mesmo tempo... pessoas precisam de água e óxigênio, um pouco de comida vai bem. Alface, beterraba, arroz, cenoura, ovos, bife acebolado, peixe assado, bacon e chocolate. Não precisam de tudo isso, mas ainda falta a macarronada, doce de leite, queijo, uva, cebola, tomate. É tanta coisa que não precisam... por isso são estranhas. Bem, sou estranho e como pipoca, poleta, goiaba, manga e mingau de maisena.
Poucas pessoas comem jiló.
Pessoas não comem pedras, mas isso não as deixam menos estranhas.
Não gosto nem de pedra nem de jiló, mas o estranho é que não gosto e nunca tentei comer nenhum dos dois. Tudo bem, sou uma pessoa estranha, entendo.
Pessoas precisam de muitas coisas. Eu preciso de muito.
Pessoas precisam de bilhões de células e muita bactéria para ajudar a cuidar delas. Precisam aprender muito, mesmo quando não querem, quando nem percebem, de tão automatico como não comer pedra, pessoas estão aprendendo. Algumas pessoas precisam tentar muito para aprender alguma coisa, mas não nascem sabendo. Até chorar precisam de um tapa para aprender na marra.
Pessoas são estranhas, fazem até o que não querem. Algumas vezes foi sem querer, outras não deu para segurar, algumas até tentam, mas é dificil parar de respirar. Poucas pessoas pedem desculpa, poucas delas são sinceras. Me desculpem, por eu ser uma pessoa estranha, mas não estou me importando na verdade, só estou falando por educação, pois vocês também são estranhos.
Pessoas precisam de coisas que não consigo quantificar, por isso são estranhas. Pesar, medir, não dá se estou falando de respeito, consideração, amizade, amor e coisas tão estranhas quanto as próprias pessoas. Pessoas precisam de coisas que nem podem explicar, mas sabem que precisam e, por precisar, esquecem que outros estranhos também estão esperando a mesma coisa, sem saber explicar.
Pessoas precisam de tanta coisa e tão poucas... algumas vezes confundem e trocam a comida pela pinga, trocam a água pela aguardente, trocam todas essas coisinhas que não conseguem explicar por uma branquinha no copo sujo de um bar de esquina. As pessoas são estranhas, mas gostam de uma água que passarinho não bebe. Bem, pessoas não são tão estranhas, pois não são pássaros e estão certas de beber outro tipo de água.
Algumas pessoas gostariam de voar, algumas tentam e outras, mais estranhas, falam que essas tentaram se matar. Algumas voam, mas precisam de máquinas para ajudar. Pessoas gostam de máquinas. Máquinas não são tão estranhas quanto as pessoas que as criam. Essas pessoas não sabem porque não correm tão rápido quanto um lince ou porque não voam tão alto quanto um gavião ou porque não nadam tão bem quanto um tubarão e, estranhamente, criam coisas que imitam todas as coisas que não conseguem entender o porque de não poderem fazer. Pessoas são estranhas, criam coisas que não precisam, só para imitar.
Não crio nada. Algumas pessoas não conseguem criar nada além de plantas em aquários ou fungo em laboratório. Algumas criam cachorro outras dizem que criam gatos mas, gatos e cachorros, eles se criam. Pessoas estranhas dizem que sabem criar crianças, mas pode parecer estranho, diria que essas pessoas não sabem, pois as crianças acabam se tornando pessoas estranhas.
Um dia já fui criança, o que não quer dizer que não fui estranho.
Estranho é tudo que é diferente. Pessoas são diferentes, pessoas são estranhas.

quinta-feira, julho 05, 2007

Quando fazemos a diferença?

Praça de Tiananmen de 1989 - República Popular da China

Ninguém sabe o que aconteceu com o “Rebelde Desconhecido”. Muito provavelmente ele foi executado pouco tempo depois. Um jovem estudante interpôs se a duas linhas de tanques que tentavam avançar. Na mesma noite essa imagem estampou jornais em todos os países. Até hoje quando vejo essa foto me pergunto, quando fazemos a diferença. Nessa noite esse estudante fez. Quando fazemos a diferença?


terça-feira, julho 03, 2007

Fudeu

Então você pára, olha e só diz "fudeu".
Normal, não é?
Normal se tiver algo realmente fudido: o relatório que precisa ser entregue, o documento que não foi para o cartório, aquela conta de juros astronômico, o carro que não parou e o corpo jogado ao chão...
E quando fode tudo sem ter nada realmente para fuder? Nada que você possa socar, rasgar, cortar?
Quando sentar no chão, parar, encostar as costas na parede, olhar para o nada dando "tchauzinho" do teto, não ver perspectiva nenhuma, enquanto tenta segurar o vazio que quer explodir sua cabeça parece ser a única alternativa e, bem, fudeu de vez; ficar assim até o absurdo da situação se apoderar do seu corpo; até dar dor nas costas, ombros, perna dormente; até o vazio se tornar numa puta dor de cabeça... ou até alguém sentar do seu lado, sem falar absolutamente porra nenhuma e esperar calmamente até você se tocar e falar "fudi tudo".

segunda-feira, julho 02, 2007

Recomeço

There's some things in this world
You just can't change
Some things you can't see
Until it gets too late


Gostaria de ter o dom da palavra, assim todos poderiam compreender minhas intenções, infelizmente não o possuo. Peço a todos que entendam minhas limitações e me perdoem por isso.
Queria entender mais sobre a vida, não o momento da nossa criação, mas as relações que nos tornam as pessoas que seremos um dia. Não as regras ou procedimentos. No entanto, posso apenas falar sobre minhas observações, de como vejo algumas coisas.
Viver é um recomeço eterno, momentos que se tornam seqüências, passos. Passos que completam ciclos que dão vida aos nossos sonhos, nos ensinam valores, todos os bons e maus momentos, que nos fazem mudar e com a mudança crescer.
A dificuldade de abandonar tudo que se alcança quando não se tem mais o que se tinha. Quantas noites são perdidas pensando no passado que se esquece. Quantas vezes lamentamos e pensamos nas oportunidades que perdemos e em todas as outras possibilidades.
Quando se acredita no que quer, siga em frente, faça independente do que as pessoas pensam a respeito. Nesse processo, aprendemos que a vida bate e bate forte. Bate até ficarmos de joelho. Entretanto não se deve revidar a vida, e sim mostrar o quanto se pode ficar em pé e agüentar essas adversidades.
Assim seguimos em frente, não interessa se vamos perder ou vencer nessa luta com a vida, o importante é que temos que nos levantar e assim recomeçar. As vezes caimos, mas porque? Caimos para aprendermos a nos levantar. Acho que é isso...